Neste blog sou Poeta e Romancista. Ele foi criado com carinho para um encontro com você leitor, amigos e visitantes. Aqui eu desnudo a minha alma sem medo de ser feliz… Ficarei extremamente grata em receber seu comentário e tenha a certeza que darei retorno. Esteja à vontade. Sinceridade com sensibilidade é uma das formas de demonstrar conhecimento, respeito por si e pelo outro. Boa navegação :) "Se deixe conquistar pelo prazer da leitura".
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Vivencia - Publicada em 2010 na antologia do mesmo título "Vivencias"
Vivencia
Pânico!! Você também pode sair disto...
Não sei se fui companheira do medo, ou ele
meu companheiro, o fato é que eu já não suportava mais viver com medo...
― Você tem que tomar uma providência minha
filha, ninguém merece viver desta forma...
Ouvia minha mãe quase sempre
falar para mim.
Eu sabia que já estava incomodando. Vivia
na dependência das pessoas que deixavam seus afazeres e compromissos para me
fazer companhia.
Tinha consciência que não poderia continuar
com aquele pavor de tudo. A realidade, é que eu tinha medo até da minha própria
sombra, mas não sabia o que fazer.
Passei a vida inteira com medo, mas, um
dia tudo se agravou...
Chorava muito, minhas pernas doíam, eu não
sabia o local definido da dor, e os tornozelos estavam terrivelmente inchados.
Porque estava acontecendo aquilo? Eu me perguntava e não entendia. Deitei-me
com as pernas para cima enquanto aguardava desaparecer aquelas dores terríveis.
Com os olhos fechados eu pensava: “tanta coisa para resolver...” Eu estava fechando minha loja e tinha muitas
providências a tomar. Não podia ficar deitada de pernas para cima. Havia tomado
um analgésico e parecia que ele começava a fazer efeito. Continuei com os olhos
fechados, e os pensamentos povoaram a minha mente. Pensei na minha filha que
estava a pouco mais de um mês morando em Londres, fato que me deixava muito
preocupada depois daqueles atentados terroristas a bomba em estações de metrô e
em um ônibus que resultou em dezenas de mortos. Ainda tinha nítida em minha
lembrança a angustia que sentimos sem podermos nos comunicar com ela durante toda
aquela manhã devido ao congestionamento nas linhas de comunicação.
Pensava nos momentos difíceis que estava
passando, estávamos fracassando profissionalmente, eu e meu marido.
Pensava no meu filho que
mudara-se para outro estado com sua segunda esposa aos 21 anos, fugindo de uma
situação constrangedora que era imposta a ele por sua primeira esposa.
Com tudo isto eu me sentia
perdida.
Abri os olhos, mexi as pernas e vi que as
dores haviam aliviado, embora os tornozelos continuassem inchados, levantei-me,
tomei uma ducha fria e fui para a loja.
No final de julho de 2005 eu e meu marido
estávamos em casa, os dois sem trabalho, portanto, sem renda. Eu, que deveria
estar enviando ajuda de custo para os estudos da minha filha, passei a receber
ajuda dela, que com visto de estudante se matava de trabalhar para poder enviar
ajuda para nosso sustento. Entrei em um estado de angustia muito grande, pois
sabia que ela estava trabalhando demasiadamente para ela e para nós dois.
A situação foi ficando mais difícil. Eu,
que durante vinte e tantos anos sempre estivera na ativa, passei a ficar em
casa aos 54 anos. Meu marido, que sempre fora empresário, agora saia todos os
dias para trabalhar como vendedor na empresa de um amigo nosso. Já não saiamos
juntos para trabalhar, ele ia e eu ficava. Não podia mais comprar meus
perfumes, meus cremes para o rosto, para o corpo aos quais estava habituada,
minhas roupas, já não podia fazer minhas compras de supermercado, as contas se
acumulavam, a agua era cortada, a conta de energia paga nas carreiras para ser
religada, cobranças judiciais do condomínio...
Minhas pernas voltaram a doer, meus braços
davam descarga elétrica, e de repente, não podia levantar pois estava
paralisada calçada de almofadas e com dores em todo o corpo.
Fomos em busca de um médico pelo INSS,
pois não tínhamos mais plano de saúde, e depois de muita procura voltamos para
casa frustrados, sem atendimento.
No outro dia, por indicação da esposa de
meu cunhado, que era instrumentista em um hospital, fui atendida em uma clínica
por um médico amigo dela, onde fiz alguns raios X que atestou bico de papagaio
na cervical e na lombar. Tomei anti-inflamatórios por duas semanas, voltei a
caminhar normalmente, mas continuava a ter descargas elétricas nos dedos das
mãos e nos braços.
Um certo dia eu estava sozinha em casa e
senti um medo muito grande, e que eu não sabia o porquê, tentei respirar fundo
e controlando fui a cozinha tomar um copo com água.
O medo, virou pavor.
Sai correndo, abri o portão e
fui para a rua onde avistei um rapaz que estava na pracinha logo adiante,
chorando gritei por ele, ele sem entender passou por mim e disse que irá chamar
a mãe. Fiquei no meio da rua chorando, transtornada.
A mãe do rapaz chegou e me segurou pelos
braços tentando me guiar de volta para dentro de casa. Eu me recusei a entrar,
ela me sentou na varanda, eu sentia que algo parecia tomar conta do meu corpo,
me deixava enrijecida. Eles me perguntavam para quem poderiam ligar avisando.
Eu não lembrava o telefone do meu marido nem o da minha mãe, e depois de muito
tentar, consegui lembrar o telefone de minha sobrinha. Eles então a contataram
e pouco tempo depois ela chegou, antes de vir, ela mesmo ligou para minha mãe e
meu marido, que chegaram logo depois. Com muito custo conseguiram me levar para
dentro da casa, o medo de entrar em casa era apavorante. Depois de tomar muitas
beberagens feitas por minha mãe, comecei a ficar mais calma e cai em um sono
leve.
A partir daí, não consegui ficar mais
sozinha em casa.
Só o fato de alguém fazer
menção de sair e me deixar só eu entrava em pânico, começava com a falta de ar
e a ameaça de desmaio, ai então vinham as crises de choro.
Não ficava um segundo sequer sozinha em
casa, imaginava que tinham presenças invisíveis que me acompanhavam. Não saia
sozinha, achava que todos os olhares estavam voltados para mim, tinha a
sensação de que iria ser assaltada, ou iria acontecer algum acidente. As crises
de choro eram constantes, acompanhadas de forte falta de ar, o coração
disparava, e vinha aquela sensação de que eu estava morrendo.
Por insistência do meu filho viajei a
Aracaju -Se, cidade onde ele estava residindo, para passar uns dias com ele e o
meu neto que na época estava com a idade de 8 anos. Passei dias tranquilos e
maravilhosos procurando me entreter em fazer planos para o futuro, tanto ele
como minha nora conversavam muito comigo, levantando minha autoestima e me
fazendo ver que eu poderia recomeçar. Nunca saia os dois, sempre ficava um para
me fazer companhia, mas um certo dia os dois tiveram que sair, e só restava meu
neto. Meu filho dirigiu-se a ele e falou:
-Marlon! Nós precisamos visitar uns
clientes e sua avó não pode ficar sozinha, não saia! Fique sempre junto com
ela.
Ele colocou o celular no ponto
certo para qualquer emergência eu só precisar apertar a tecla, e os dois foram
embora.
Depois de algum tempo Marlon inocentemente
perguntou:
-Vó, posso dar uma descidinha para ver meus
amigos na piscina?
Naquele momento me senti
envergonhada de estar privando o meu neto do seu momento de lazer e como estava
me sentindo bem falei:
–
Vá Vitinho, - era como eu chamava ele – sua
vó está bem.
Ele desceu, e da varanda eu o
via e via as pessoas na piscina.
Sentei no sofá e liguei a
televisão. De repente, comecei a sentir um medo terrível. Ainda fui até a varanda e tentei gritar por
Marlon, mas não o vi. Comecei com um aperto muito grande no coração, e já não
conseguia respirar, a sensação que sentia era que ia morrer ali mesmo. Peguei o
celular e liguei para o meu filho, mas só chorava e não conseguia falar uma só
palavra, ele desesperado, pediu licença ao cliente que estava atendendo e
voltou voando para casa, a sorte que era bem perto e ele não demorou a chegar. Encontrou-me
sufocada e apavorada, me abracei a ele e chorei copiosamente. Aquilo foi
aliviando a medida que me sentia segura ao lado dele. Quando meu neto subiu,
recebeu uma reclamação do pai e chorou. Naquele momento senti uma mistura de
sentimentos: vergonha, tristeza, ódio de mim mesma...
O que fazer? A família já não sabia de
que forma me ajudar. Minha irmã junto com uma amiga levou-me a um centro espírita,
o que me proporcionou uma certa paz. Mas, os medos continuavam. Meu marido saia
muitas vezes correndo do trabalho para me encontrar perambulando dentro do
nosso condomínio pelo fato da nossa secretária ter saído mais cedo pois, ao
sentir-me sozinha, entrava em pânico e ligava para ele chorando. Ficava andando desnorteada até ele chegar, naquele
momento eu me jogava nos braços dele desesperada e chorava muito.
Fui levada ao Dr.Vicente, um médico
indicado por minha mãe e o mesmo constatou que eu estava com Síndrome de Pânico.
Comecei a usar tarja preta. O remédio me deixava mais tranquila, e assim
comecei aos poucos a ficar em casa.
Me trancava dentro do quarto da minha
filha. Levava água, um lanche, tudo que fosse necessário para não ter que sair
de lá para nada, soltava o cachorro na área externa, e lá ficava até meu marido
chegar em casa. Sentada em frente ao computador, comecei a escrever.
Em agosto de 2006, fui participar de um
evento automobilístico levada por minha irmã para que eu começasse a sair e me
integrar com outras pessoas. Em um determinado momento, senti uma forte dor no
peito e fui levada para o carro ambulância da SAMU, onde fui atendida e recebi
um comprimido sublingual para fazer baixar a minha pressão que estava alta. A
dor continuava insuportável, me deram mais um comprimido para ingerir e me
colocaram no oxigênio devido à grande dificuldade para respirar. Levaram-me enfim para o hospital. Eu já tinha
um plano de saúde feito através da empresa onde o meu marido estava
trabalhando. Após alguns exames, o médico chamou o meu marido e informou que eu
precisaria ficar na semi-intensiva pois o quadro era de infarto.
Depois de vários dias de internação e
muita medicação, fui submetida a um cateterismo. Os resultados dos exames foram
normais, estando só com uma baixa muito grande de potássio. Depois de uma
semana fui liberada e não dava para entender porque eu estivera em uma
semi-intensiva com fortes dores precordiais a ponto de fazer um cateterismo.
Continuei na minha vidinha de reclusão.
Depois de quase dois anos neste sofrimento e uma vontade tamanha de mudar de
vida fiz um treinamento com base na PNL. Foram três dias de completa imersão os
quais trabalhei muito as minhas emoções e daí em diante comecei a ter um
controle melhor. Minha filha retornou da Inglaterra, parei de tomar os remédios
e quando vinha os momentos de pânico, eu respirava e dizia para mim mesma que
aquilo só existia na minha imaginação, e esta eu posso controlar. Portanto, não
há motivos para pânicos. Pensava comigo, “Se eu morrer, vou morrer sozinha,
mesmo que eu esteja ao lado de muita gente”. Então não havia mais a necessidade
de ter sempre alguém para ficar comigo dentro de casa e seguir os meus passos
até para ir ao banheiro, onde em tempos atrás, nem ali eu conseguia ir sozinha.
Com dois meses após este treinamento meu marido
precisou viajar, ainda tentei buscar alguém para dormir comigo, mas como não
encontrei, falei para ele:
–
Vá! Esta é a chance que tenho de me testar.
Passei dez dias sozinha. Deus sabe, senti
momentos que parecia que tudo iria voltar, que iria ter uma crise de pânico,
mas venci...
Você pode mudar, é só acreditar que
todos os bichos interiores são criados em um determinado momento de nossas
vidas, e assim como tivemos o poder de cria-los temos o poder de elimina-los.
Contei com a compreensão e o amor do meu
marido e dos meus filhos. O amor me ajudou a superar aquela fase difícil.
A persistência do meu marido me levou a
fazer este fantástico treinamento com base na PNL e mudar a minha história.
Hoje depois de dois anos não posso
dizer que os medos não existam, mas posso dizer que lido com eles de uma forma
civilizada. Já não incomodo a minha família para me fazer companhia, pois
aprendi a viver sozinha.
Separada atualmente do meu marido, em
função de uma relação que foi se desgastando ao longo do tempo, tenho como
companhia meu cachorrinho Bono, um Shi – tzu muito fofo e o meu computador onde
me dedico a escrita. Neste período de dois anos escrevi dois romances e uma
linda história infantil a qual dediquei ao meu neto Marlon Vitor. Minha filha
ainda solteira, trabalha em uma plataforma de petróleo, e passa comigo os 14
dias da sua folga, Anjo em minha vida.
Aos 59 anos tenho muitos sonhos,
e o maior deles é ver os meus livros publicados.
Felicidade, hoje sei que é um estado de
espirito, tem momentos que me acho a pessoa mais infeliz do mundo, em outros
sou a pessoa mais feliz do mundo. É só saber superar o estado ruim e vivenciar
infinitamente o estado bom. Sempre minha filha me diz: “você é responsável em
tornar o seu dia bom ou ruim, só depende do que você quer para seu dia.” São os
dias que fazem os meses, são os meses que fazem os anos, são os anos que fazem
uma vida bem ou mal vivida.
A PNL também nos ensina muito bem isto.
março 25, 2015
Queridos leitores e seguidores, sinto-me em falta com vocês ao congelar minhas postagens no blog.
Nos últimos tempos mudei o foco, talvez por uma causa maior... andei trilhando caminhos que foram de grande importância para minha Evolução Espiritual, e precisei imergir.
Retorno as minhas escritas com a firme decisão de publicar o que já tenho escrito. Para isto estou com uma campanha no site www.kickante.com.br. Site este, que nos proporciona a oportunidade de realizar muitos projetos se soubermos fazer campanhas bem elaboradas.
A campanha "Quero dar vida a Juliete" é uma campanha para publicação do meu primeiro livro escrito na categoria Romance.
Conto com vocês no meu time kickante para concretização deste projeto. Entrem no site e deixem comentários, que responderei com muito prazer.
Beijos no coração de todos vocês...
Vamos Kickar? JUNTOS SOMOS UMA MULTIDÃO!
http://www.kickante.com.br/
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